Luzes, Câmera, Acção

Numa quarta-feira à tarde como todas as outras, toca o muito recorrido telemóvel do Eng. Patricio, do outro lado ouve-se uma voz brasileira: "E aí cara daqui fala João Gonçalves reporter da RTP Internacional, estou fazendo uma grande reportagem sobre Portugueses no estrangeiro, sua amiga me deu o seu contacto e me disse que voçê está por aqui por Buenos Aires com uns amigos a viver, gostava de pegar umas imagens vossas...". Patrigol foi apanhado um bocado de surpresa e teve mesmo para dizer que não podia pois já estava a meio de outras filmagens dum filme candidato a Oscar, mas lá acabou por dizer ao brasuca para ir ter connosco essa noite ao nosso habitual jogo de futebol contra os franceses.

À noite lá fomos jogar em Puerto Madero contra os francius, até que a meio da nossa reviravolta no marcador, chega uma "comitiva" de 3 brasileiros com cameras, cabos e luzes e acampam ao pé da baliza portuguesa defendida por Federico Nigra.
"Qué ito?" (pensei eu que não sabia de nada) "E aí Portugal, quem é o Francisco Patrício?" perguntou um brasuca com voz de apresentador de rádio; o Patricio lá teve a conversa com a malta das cameras, eles queriam fazer 3 entrevistas a portugueses e "pegar" umas imagens no nosso quotidiano, mas nos tavamos a meio de um derby por isso marcamos as ditas entrevistas para o dia seguinte. Entretanto o resto do nosso jogo foi logo filmado para a posterioridade...

No dia seguinte por volta das 8 da noite, entram pela nossa casa adentro a malta das cameras, como se vivessem cá antes de nós e começam a montar luzes, cameras, cabos pretos e encarnados, cenarios, etc.

"Qué ito?" (pensei eu outra vez); rapidamente a nossa sala transformou-se num cenario de telenovela portuguesa com uma cadeira no meio para o Eng. Patrício.

O Eng. sentou-se no cenario caseiro, ainda sem saber o que é que aí vem e como a entrevista tardava em não começar foi buscar uma Coca-Cola pois tavam-lhe a vir os calores (confirma-se, as cameras intimidam). O reporter brasuca explicou outra vez o porquê da reportagem a Portugueses no extrangeiro e mais ou menos a perguntas que ia fazer ao Eng., que a partir de certa altura começaram a não ser pêra doce:

• Porquê vir estudar para a Argentina?
• Como é o seu dia-a-dia em Buenos Aires?
• Aconselharia a Argentina como um país para viver?
• De quem tem mais saudades?
• Qual é a coisa que mais odeia? (Benfica)
• (a partir daqui começa a cowboiada)
• Qual é o principal tempero do amor para si?
• O que é para si Felicidade?
• Se fosse Deus, o que mudava neste Mundo?
• Costuma-se emocionar?
• etc etc etc

Correu tudo bem com o Patrigol e no dia seguinte durante todo o dia teve as câmeras à perna a "pegarem umas imagens" na Universidade e por aí...

No dia seguinte, chegou vindo do Rio de Janeiro, o sempre bem disposto Vasco Fino, que aterrou directamente na Avenida 9 de Julho com muita vontade de ir pra night e ansioso por ir ao jogo do Boca no domingo. Apesar de já conhecer a cidade, mal chegou ficou fascinado e dizia repetidamente: "Não há nada disto no Rio..."

Ao fim da tarde, começa a malta a chegar a casa e quase ao mesmo tempo que o Fino se começava a instalar, entram outra vez pela casa adentro os brasucas com as câmeras...

Próxima Vitima: Ricardo. As perguntas começam a rolar outra vez e depois do ricas ser entrevistado ainda houve tempo para eu, o Vasco e a Natalia (uma amiga brasileira que tava cá por casa) termos os nossos 5 minutos de fama, eu e a brasuca falamos sobre o Ricardo, e o Vasco falou sobre o Patricio.

A terceira e última entrevista estava marcada para o dia seguinte ao Nigra, mas houve noitada (vasco fino chegou as 7.30 da manha a casa sozinho) e no dia seguinte já ninguém recebeu os brasucas para mais filmagens. "Cara estou doente, vamos ter de marcar a fita para depois..." disse o Nigra

Mais uma vez os tugas em Buenos Aires na boca do mundo, vamos ficar atentos à RTP Internacional...

Abraço, f.penim